sábado, 26 de maio de 2012

[Notícia] Borboleta rara se beneficia do aquecimento global e se multiplica


Borboleta argos marrom antes rara, agora se beneficia do aquecimento global (Foto: Science/AAAS)As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global já causam impacto em uma espécie de borboleta, que era considerada rara até os anos 1980. E esse impacto, para ela, é positivo. A conclusão é de um estudo publicado na edição desta sexta-feira (25) da revisa “Science”.
Marrom e com pintas laranjas, a borboleta da espécie "argo marrom" (Aricia agestis) está procurando novos locais para viver, por causa dos verões mais quentes no Reino Unido. Segundo os pesquisadores, ela está indo cada vez mais para o Norte em busca de climas mais frescos (no Hemisfério Norte, quanto mais pra cima, mais frio).
Nessa região, a flor gerânio é bem comum e é exatamente essa planta que as lagartas da espécie usam para se alimentar. Com mais alimento disponível, a argo marrom passa agora por um verdadeiro “baby boom”. De acordo com os pesquisadores da Universidade de York, a espécie já avançou 79 quilômetros nos últimos 20 anos e atualmente é encontrada com facilidade no interior do país.
“Haverá vencedores e perdedores da mudança climática. É importante que comecemos a entender como essas complexas interações entre espécies afetam suas habilidades de se adaptar às mudanças para que possamos identificar as que podem estar sob risco e onde devemos focar os esforços de conservação”, disse uma das co-autoras do trabalho, Jane York.
Fonte: G1

[Notícia] De onde veio a água da Terra?

A origem exata da água – que abrange cerca de 70% da superfície da Terra – ainda é um mistério para os cientistas. Muitos pesquisadores acreditam que a água não se constituiu ao mesmo tempo em que a Terra se formava. O líquido teria aparecido depois, após violentas colisões de objetos exteriores à Terra.
Os pesquisadores acreditam que qualquer aglomerado de água que existisse no planeta há 4,5 bihões de anos teria se evaporado, em decorrência do sol que era jovem e ainda mais escaldante. Planetas como Marte, Mercúrio e Vênus são exemplos disso – demasiadamente quentes para acumular água. Já outros corpos celestes, como as luas de Júpiter e os cometas, estiveram longes o suficiente do sol para reter gelo.
O mais possível é que, há aproximadamente 4 bilhões de anos, em um período chamado de “intenso bombardeio tardio”, objetos celestes preenchidos com água na forma de cristais de gelo tenham atingido a Terra, gerando os gigantes reservatórios de água do planeta.
Mas você deve estar se perguntando: o que seriam esses objetos? Por muito tempo os astronômos acreditavam que seriam cometas. No entanto, medições de água evaporada de vários cometas revelaram que a água presente neles tem um isótopo diferente do que existe na Terra, sugerindo que eles poderiam não ter sido nossa fonte primordial de água.
Agora, os astronônomos começam a se perguntar se a resposta para o surgimento de água na Terra estaria no cinturão de asteroides – local onde existem centenas de milhares de asteroides, nos quais já foi encontrado evidências de gelo.
Sondas enviadas para explorar esses asteroides nos próximos anos, como a nave espacial Dawn, da NASA, poderão revelar mais sobre a presença de gelo no local e nos ajudar a entender como surgiu a água na Terra. [Life's Little MysteriesFoto]

Fonte: HypeScience


[Notícia] Porque alguns animais matam seus próprios filhotes


Mães e pais assassinando brutalmente seus filhos é uma crueldade sem tamanho, certo?
Por exemplo, veja esses dois vídeos a seguir e tire suas próprias conclusões.
CUIDADO: As imagens são um pouco fortes, se você for sensível, não assita.

 


Mas, afinal, por que alguns animais praticam o infanticídio? Segundo estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, alguns dos benefícios dessa prática são: aumento das oportunidades reprodutivas, maior acesso a recursos limitados, benefício nutricional direto e prevenção de cuidado paterno inadequado.
Vale ressaltar que os maiores perpetradores dessa prática são os machos adultos, embora não se exclua a participação das fêmeas, como ressalta o professor Tim Clutton-Brock, da Universidade de Cambridge.
A proteção paternal é crucial para a sobrevivência de muitas espécies. Porém, quando chegam novos machos na área, tudo muda. Se esse novo macho consegue vencer o macho anterior, matando ou afugentando-o, ele assume a liderança e os filhotes correm perigo.
Motivo: esse novo macho quer ter seus próprios filhotes.
Na sociedade dos leões, por exemplo, o infanticídio faz com que as leoas se tornem férteis novamente, o que aumenta as chances do novo macho de ter uma prole própria.
E, caso ele não mate os bebês, o novo macho corre o perigo de, mais tarde, sofrer um ‘golpe de estado’ pela liderança do bando.
Atualmente, sabe-se que mais de 40 espécies de primatas cometem infanticídio, mas, em muitas espécies, as fêmeas criam estratégias para reduzir esse risco, como escreveram os pesquisadores no Journal of Theoretical Biology.
Uma das estratégias utilizadas é a confusão de paternidade, quando as fêmeas acasalam com diferentes parceiros ao mesmo tempo para que os machos não saibam quem é o pai.
Infanticídio no reino animal
Confira a lista de alguns dos animais que praticam essa ‘matança’.
  • Suricatos: as fêmeas matam a prole de outras mamães do mesmo bando;
  • Leões: machos de fora do bando matam bebês leões para aumentar as chances de terem suas próprias proles;
  • Golfinhos: Infanticídio entre cetáceos é raro, mas já foi observado algumas vezes em golfinhos-nariz-de-garrafa (o golfinho comum);
  • Pombo-das-rochas: não praticam infanticídio durante períodos de escassez de alimentos, mas pássaros adultos já foram vistos matando filhotes de ninhos vizinhos;
  • Langures: macacos considerados sagrados pelos Hindus, eles foram um dos primeiros grupos de primata em que foi observada a prática do infanticídio;
  • Chimpanzés: o fenômeno é comumente observado entre a espécie. Já foram vistos infanticídios praticados por machos e fêmeas, dentro e fora de seus grupos. [BBC,Foto]

Fonte: HypeScience


[Notícia] Cidades podem salvar os insetos polinizadores


Uma equipe de pesquisadores vasculhou 12 cidades da Grã-Bretanha para fornecer o número de insetos polinizadores – como abelhas, borboletas, besouros e moscas – que podem ser encontrados nas áreas urbanas.
Além dos centros urbanos, a pesquisa também foi feita em 12 habitats agrícolas e em 12 reservas naturais. Tudo isso para descobrir onde os insetos estão escolhendo viver, e como são as condições de cada lugar.
Por incrível que pareça, por mais que a expansão urbana tenha sido associada à diminuição dos animais selvagens, os pesquisadores suspeitam que as cidades ofereçam um improvável paraíso para esses insetos essenciais. Parece coisa do filme Vida de Inseto, não?
As cidades contêm uma diversidade enorme, como jardins e reservas naturais. E os jardineiros ajudam muito nesses locais. Ruas residenciais de Bristol, na Inglaterra, são um exemplo disso. Lá, existem conjuntos ecléticos de plantas, cuidadosamente plantadas e cuidadas, livres de ervas daninhas – e com isso, vêm uma abundância de insetos zumbindo e polinizando.
Nas cidades, também há uma maior diversidade de flores. É como se muitos habitats pudessem ser encontrados no mesmo lugar – um banquete para os insetos.
Já os habitats agrícolas podem deixar os polinizadores famintos em algumas situações. Quando eles chegam em abundância, as flores são disputadas, e há poucas para cada um. Em reservas naturais, a escolha da planta pode ser limitada também, sem tanta diversidade e abundância quanto nas cidades.
80% das espécies de plantas britânicas dependem da polinização de insetos. Mas tem havido um declínio dramático no número de polinizadores nos últimos anos, o que tem sido associado com mudanças ambientais, pragas e doenças.
Uma espécie que tem sido particularmente atingida é a abelha. Nas últimas décadas, o número de apicultores tem diminuído na Grã-Bretanha e o número de colméias também. Com isso, podem não haver polinizadores suficientes para as plantas. Mas o número de apicultores urbanos tem crescido nos últimos tempos, visto os benefícios que elas trazem ao ambiente urbano.
Descobrir onde os insetos polinizadores vivem com qualidade pode ajudar a aumentar o número deles. Se eles estão bem nas cidades, muito pode ser feito para que as selvas de concreto se tornem ainda mais atraentes para esses insetos vitais.
Se os pesquisadores descobrirem o que está limitando a vida dos insetos nas cidades, será possível consertar isso, acrescentando ainda mais alimentos e recursos. Se todos fizerem a sua parte, as cidades podem ser ainda mais habitadas pelos insetos, que tão importantes para a vida das plantas, que são tão importantes para nós. Todos ganham! [BBC]

Fonte: HypeScience

[Notícia] Cientistas transformam DNA em memória regravável


O feito é extraordinário pelos padrões da biologia sintética, mas a maneira que ele foi feito também não deixa de ser extraordinária, pelo tanto de determinação e perseverança que exigiu.
A ideia é simples: utilizar uma parte do DNA como uma chave lógica. O processo escolhido para fazer isto foi colocar meia dúzia de genes em uma região inativa do DNA, em locais que instruem uma enzima a recortar o trecho do DNA e a colá-lo novamente, mas com a posição invertida.
Até aí, foi ideia do professor Drew Endy, da Universidade Stanford, na Califórnia (EUA). O código da Escherichia coli seria usado como chave, e os locais seriam constituídos por trechos de um bacteriófago, um vírus que ataca bactérias.
O trecho do código do bacteriófago selecionado foi escolhido por parecer o mais promissor na tarefa de cortar e reorientar o DNA, só que não foi o caso. Coube então ao estudante Jerome Bonnet, o líder da equipe, a tarefa de fazer o sistema funcionar. E ele conseguiu, depois de 750 projetos diferentes, resolvendo cada novo problema que apareceu.
Jerome comenta que é uma triste crítica ao estado em que se encontra a biologia sintética o fato dele precisar fazer 750 tentativas diferentes para conseguir programar a expressão de meia dúzia de genes. “É como escrever um código de seis linhas no computador e ter que fazer 750 depurações para fazer funcionar”.
E o sistema funciona. O grupo conseguiu demonstrar que ele consegue fazer estas mudanças de orientação, que podem representar “0” e “1” pelo menos 16 vezes. Este tipo de contador poderia ser usado para manter um registro de eventos dentro da célula, como por exemplo o número de duplicações pelo qual uma célula-tronco passa até atingir o estado adulto. Além de ser um sistema verdadeiramente digital, a informação é armazenada na célula sem envolver gasto de energia, diferente de outros sistemas já desenvolvidos por outros grupos.
O biólogo sintético Eric Klavins, da Universidade Washington, em Seattle (EUA), concorda que no estágio atual conseguir que um sistema destes funcione demanda muitas tentativas e depurações, mas aponta que à medida que as ferramentas de síntese de genes se tornarem mais rápidas e baratas, isto também deve mudar. E já existe uma iniciativa, a BIOFAB, que pretende fornecer partes padronizadas e confiáveis para os biólogos sintéticos.
Agora é aguardar o surgimento de mais novidades na área.[Nature]

Fonte: HypeScience

[Notícia] Aquecimento global e Ártico: uma bomba-relógio


Embora bovinos e ovinos sejam responsáveis por mais de 20% das emissões globais de metano – gás capaz de reter 23 vezes mais calor na atmosfera do que o gás carbônico –, esses animais são coisa pouca perto de uma das fontes mais perigosas de metano: as geleiras do Ártico, segundo estudo publicado na Nature Geoscience.
Pesquisadores da Universidade do Alasca, em Fairbanks, nos Estados Unidos, conseguiram mapear 150 mil pontos, pelos quais o metano vaza para a atmosfera.
Como explica a bióloga Katey Walter Anthony, principal responsável pelo estudo, esse gás está armazenado em depósitos naturais de gás ou carvão – reservatórios geológicos, no jargão científico –, os quais estão localizados abaixo dos lagos, pelos quais o metano também escapa.
Segundo Anthony, a maioria dos pontos de vazamento está situada em regiões do Ártico onde o permafrost (subsolo congelado) e as geleiras estão derretendo, o que é bastante lógico. “Em um planeta mais quente, o descongelamento das geleiras pode levar a vazamentos significativos de metano”, escreveram os cientistas na revista especializada.
Como afirma o professor Euan Nisbet, da Universidade de Londres, Reino Unido, que também pesquisa assuntos correlatos no Ártico, a região é uma das que mais estão se aquecendo e que mais têm fontes de metano, que aumentarão conforme a temperatura subir.
Mas o fato de os vazamentos apresentarem uma ameaça imediata ainda é controverso entre cientistas. Alguns acreditam que os impactos desses vazamentos antárticos só serão sentidos daqui a décadas, enquanto outros dizem que seu lançamento na atmosfera vai acelerar o aquecimento global. Em que você acredita? [BBCNatureNatureGeoscience,DiscoveryNewsFoto]

Fonte: HypeScience

segunda-feira, 21 de maio de 2012

[Notícia] Foto: toda água da Terra reunida

Muito se fala que o planeta Terra deveria ser chamado de planeta Água devido a cerca de 70% de sua superfície ser coberta de água. Mas a realidade é que os oceanos são rasos, se comparados com o raio da Terra (3,79 quilômetros em média, comparados com os cerca de 6.000 quilômetros do raio).
A ilustração ao lado mostra o que aconteceria se toda a água na superfície ou próxima dela (até a umidade da atmosfera) fosse reunida em uma esfera. O raio desta esfera seria de cerca de 700 quilômetros, menos que metade do raio da lua, mas um pouco maior que Rhea, uma lua de Saturno, que, como muitas luas em nosso sistema solar, é constituída praticamente só de água congelada. O quanto desta água está sobre a Terra e quanto está sob a superfície ainda é um tópico de pesquisas.
Esta imagem é do U. S. Geography Survey (Pesquisas Geográficas do EUA, algo como o IBGE deles). Eles também fizeram uma imagem um pouco diferente retratando a água do planeta, com três gotinhas de água sobre a Terra: a maior é toda a água do planeta, a segunda maior é a água doce subterrânea, dos lagos, pântanos e rios, e a menor é a água apenas de rios e lagos.
Uma imagem muito parecida, do dr. Adam Nieman, “Volume Global de Água e Ar”, ganhou em 2003 uma competição de imagens científicas, “Visions of Science”.
E aí, vivemos sobre um planeta “Água” ou “Terra”?[NASAUSGS (original)USGS,SciencePhotoAdam Nieman]

Fonte: HypeScience