segunda-feira, 7 de maio de 2012

[Notícia] Bactérias suicidas brilham no escuro para serem devoradas

Nem tudo que reluz é ouro. Algumas vezes pode ser apenas bactérias querendo se suicidar.
Muitas criaturas do mar desenvolvem uma luz biologicamente produzida. O fenômeno, conhecido como bioluminescência, é observado, entre outros, em algumas bactérias que emitem luz uma vez que atingem certa concentração de partículas orgânicas nas águas oceânicas.
Apesar de ser uma ocorrência conhecida, os benefícios dessa luz ainda eram um mistério.
Agora, pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém revelaram o porquê desse fenômeno. Isso pode ter relação com algo chamado de “a sobrevivência do mais brilhante”.
O artigo se baseia em pesquisadas da estudante Margarita Zarubin, sob orientação da professora Amatzia Genin. As descobertas dizem que a luz emitida pelas bactérias atrai predadores, geralmente o zooplâncton, que as ingerem, mas não conseguem as digerir. As bactérias, que continuam brilhando dentro do predador, atraem predadores maiores, já que o plâncton fica brilhando.
Em experimentos realizados sem nenhuma luz, os pesquisadores descobriram que os peixes noturnos conseguem facilmente detectar o plâncton brilhante.
E as bactérias gostam de ser ingeridas pelos peixes, já que também não morrem em suas entranhas. “O acesso das bactérias até o sistema digestivo dos peixes é como ir ao paraíso – um local seguro, cheio de nutrientes, e também um meio de transporte pelo oceano”, explica Genin.
Por outro lado, a descoberta de que o zooplâncton é atraído pela bactéria brilhante e a consome contradiz os instintos de sobrevivência do ser, já que aumenta muito as chances dele ser comido por um peixe. Mas os cientistas explicam que o zooplâncton “sabe” que a luz na água indica presença de muita matéria orgânica, por isso comem as bactérias.
“No oceano escuro e profundo, a quantidade de comida é muito limitada, por isso é interessante para o zooplâncton aceitar o risco de ficar emitindo luz ao consumir as bactérias, já que a possibilidade de encontrar comida vale mais do que o perigo de se expor aos peixes predadores”, explica Genin. 

Fonte: HypeScience

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